terça-feira, 27 de novembro de 2007

3 anos vividos...

Uma relíquia...
Ando numa de guardar o passado, em formato digital, imortal...
E encontro cada coisa...
Desta umas quadras que o meu pai me escreveu...
Quando tinha 3 anos...

Está escrito numa folha A5 de um bloco, toda riscada.
A um canto lê-se:
Fiat surf - 368.834$00, não me lembro de nenhum 127, excepto o do meu tio Manel, do meu pai lembro-me de um "Honda" que ele fala, de um "Mini" que me levava à escola, de um "Laureate", etc...
Ficou pelo papel, portanto, mas é giro, ver quanto custava na altura...

Só para situar, o eu:
Na altura eu queria ir morar para baixa, e alugar um quarto...
Às vezes dava-me para estas coisas, deve ser normal, loool, ou não!
Já fazia a barba, com o meu tio Manel como já falei aqui...
Choque-se quem quiser, a primeira palavra que eu disse foi...
"Pota" - porta traduzindo, que eu não dizia os "r", pois não tia Palmida?
Umas vezes tirava-os outras substituia-os por "d"...
Era giro, ver toda a gente a rir quando eu me virava para a minha mãe e dizia:
-Ó mãe posso ir brincar lá para foda?
Ou então:
-Fodam os fudibeis que fodam abaixo!
Esta última se ainda houvessem fusíveis, ate que encaixava bem não?

A minha paixão eram portas, porque...
Passava horas com uma porta entreaberta, no meia das pernas a andar de mota...
A paixão pelas motas já vem de...

Só a última quadra dispensava, looool
Mas também faz parte!

E também me tirou uma foto, de mim, cheio de vontade!

Aqui fica:


Três anos já feitos
Pouquinho crescidos
Três anos marotos
Três anos vividos

"Trabalha" na Baixa
Tem "quarto" alugado
Já usa "barbeira"
P'ra andar asseado

Reguila, maroto.
De olhinho a luzir
Traquinas, tão lindo!
Tão lindo a sorrir...

O Miguel das portas
Virou acelera
Só carros e motas
Já não é quem era

São só coisas lindas,
Menino tão rico,
Faz xi-xi na cama
Pois esquece o penico.


Um olhar...


Olhamos constantemente para as mesmas coisas, mas será que as vemos?
Se calhar não...
Porque estamos cansados de as ver...
Na realidade já não as vemos...
Vemos já sem olhar...

Olho constantemente, para o que já vi...
Não me canso...
De pensar...
Analisar...
Reflectir...
De descobrir...
Novas arestas...
Por ver...
Ocultas em certezas...
De quem nunca realmente olhou...

Olho constantemente, para o que não vi...
Fascina-me...
Imagino...
Sonho...

De nadas que vejo...
Tudo nasce...
Ilusões...
Sensações...
Emoções...
Melodias...
Palavras...

sábado, 24 de novembro de 2007

Devagar...

A minha maninha, andava à uns tempos para comprar um carrito, e apareceu uma oportunidade, e lá foi...
O carrito cá está, um Twingo verduxo de 1994!

Pronto, agora só falta aprender a conduzir...
Sim, porque ela só anda de autocarro e comboio, se bem que com a quantidade de sítios, por onde dá aulas, é complicado...
Vejamos uma novela em sms que me enviou na quinta à noite:

20:09
Amanha a q horas vens p\irmos buscar o carro? bj

às 20:21 recebi o seguinte:
Mt bom! O autocarro q vem d Vizela p\Guimaraes parou em Urgeses numa oficina p\"meter oleo"! E vivam os transportes publicos! Venha o carro. Suspiro.

loool

às 20:29 chegou mais esta:
Ah agora esta a aproveitar p\"ver os pneus" isto c\passageiros dentro...

Fui buscá-lo com ela, portanto, na sexa-feira de manhã...
Exprimentei o carroço, está porreiro, por isso serve...

Hoje foi a primeira aula de reaprendizagem desde que tirou a carta...
Saliente-se que se esbarrou durante as aulas...
Nem o instrutor o conseguiu evitar...

Acho porém que o carro tem muitos pedais, volante e coisas, para ela...
Isto não foi reaprender, foi mais aprender...
Mas já sai do sítio, com uns solavancos e algumas idas a baixo...
O travão é que é um pedal um bocado complicado, para ela...
Tem que carregar em dois, ao mesmo tempo, no travão e na embraiagem...
Já não é mau quando carrega só no travão...
Houve um senhor que teve a amabilidade de não lhe bater num cruzamento em que ela entrou assim a modos que a pensar, que tinha que parar...
Ainda puxei o travão de mão, mas ela acelarou mais, para o carro não ir abaixo...
Sobreviveu, o carro e eu, a este primeiro contacto...
Amanhã à mais aulitas!

Num cruzamento, desta, vinha eu a conduzir, dei passagem a um senhor...
Daqueles que mete meio carro na faixa, a ver se pode...
Ia começar a explicar qualquer coisa a minha irmã, quando reparei...
Que o senhor, era nada mais nada menos que o Sr. Presideunte da camara!
Passe lá então senhor presideunte!
A meio, ele deixou o carro ir abaixo!

Saiu-me uma gargalhada, e o seguinte:
-Estás a ver, até o presidente, deixa o carro ir abaixo! E olha que o dele é bem mais complicado, porque é a "gasoilo"!
loool

Senhor presidente, quando acabar de ensinar a minha mana, ela depois explica-lhe uma coisa ou duas tá?

Porque agora, à minha mana, já só lhe falta:

Aprender a conduzir, coisa pouca...

terça-feira, 20 de novembro de 2007

Somewhere out there

O ano, algures no século e milénio passado, 90 ou 91 não sei bem..
O sítio, o Fórum da Maia...
O Motivo, festival nacional de orgão Technics...
O público, umas centenas largas de olhares atentos, capazes de fulminar só com um piscar de olhos...
O tocante, eu, já tinha tocado muitas vezes em festas da escola, mas assim para tanta gente, nunca...
O objectivo, Somewhere out there, que toda a gente conhece bem...
O problema, é complicado tocar músicas que toda a gente conhece... qualquer falha, é notada...
O estado, as mãos tremiam tanto, que só de as pousar em qualquer teclado, tocavam sozinhas uma qualquer música contemporânea...
O incentivo, um beijo na testa dado pelo meu pai e professor... "vai correr tudo bem, não te preocupes..."
O resultado, após grande batalha com a perna direita, para esta parar de tremer, em cima do pedal do volume, lá foi...
O público, aplaudiu, ufa... correu bem...
O resultado, uma vênia meia tremida ainda...
Eia! fui eu que fiz aquilo?
Outro beijo, de parabéns!

Assim foi, a minha primeira grande estreia...
O Somewhere out there, mas sem voz, como é obvio...

Mas como prometi, para quem conseguiu ler todo o post anterior, aqui fica, uma variação do tema principal da patética, Somewhere out there...

Quem não se lembra deste videoclip, da música de um filme animado da disney, chamado "Um conto americano"?



E enquanto procurava o clip, esbarrei neste...
não posso deixar de publicar...
estava assim, um tanto ou quanto nervosa...
mas saiu bem...
e assim a modos que gravação mais que caseira... bolas!
dá pelo nome de beboop20, ao ver o perfil dela...
tem 19 anitos... ainda vai dar que falar...
se não for pela voz... pelo olhar...
e chiça, se a voz não me faz lembrar alguém, que outrora conheci...



Somewhere out there,
Beneath the pale moonlight,
Someone's thinking of me,
And loving me tonight.

Somewhere out there,
Someone's saying a prayer,
That we'll find one another,
In that big somewhere out there.

And even though I know how very far apart we are,
It helps to think we might be wishing on the same bright star,
And when the night wind starts to sing a lonesome lullaby,
It helps to think we're sleeping underneath the same big sky!

Somewhere out there,
If love can see us through,
Then we'll be together,
Somewhere out there,
Out where dreams
Come true...

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

E esta ein?

Andava eu perdido, às compras, para abastecer o meu armário de coisas boas, daquelas que fazem mal, no lidl...

Quando deparo, com um livro...
ok, um livro no lidl...
Era mais uma caixa com 3 livros...
A caixa diz: Piano - Os Clássicos de A a Z... hein???
Qual o meu espanto quando reparo que ainda por cima não é nada de história, ou biografias, mas sim partituras!!!!
Portanto, sim, comprei partituras no lidl, isso e cajus, gomas, bolachas, cerveja... enfim o normal...
Aliás comprei 2 exemplares, um para mim claro, e outro para oferecer ao meu pai, para ele juntar a um qualquer livro de culinária do Rossini, brincadeira, mas para a colecção quase infidável dele, de livros e partituras....

Portanto hoje, como ainda não comprei um piano, isso e uma máquina de lavar roupa, fico-me só a babar para cima das partituras, e vou escrevinhar qualquer coisa sobre elas...


Podem ficar por aqui, mas para quem tiver paciência aqui vai:

Abro logo de rompante, o primeiro fascículo, pois tenho de A a Z, mas pagava o mesmo só para ter a letra B!

Cá está, o maior compositor, para mim claro, de sonatas para piano... Beethoven...

Um pequeno parágrafo só para resumir, "gamado" da wikipédia:
Beethoven começou a compor música como nunca antes se houvera ouvido. A partir de Beethoven a música nunca mais foi a mesma. As suas composições eram criadas sem a preocupação em respeitar regras que, até então, eram seguidas. Considerado um poeta-músico, foi o primeiro romântico apaixonado pelo lirismo dramático e pela liberdade de expressão. Foi sempre condicionado pelo equilíbrio, pelo amor à natureza e pelos grandes ideais humanitários. Inaugura, portanto, a tradição de compositor livre, que escreve música para si, sem estar vinculado a um príncipe ou a um nobre. Hoje em dia muitos críticos o consideram como o maior compositor do século XIX, a quem se deve a inauguração do período Romântico, enquanto que outros o distinguem como um dos poucos homens que merecem a adjectivação de "gênio".

Duas grandes a salientar:

A primeira: Sonata nº 14 em C sustenido menor, op 27, No 2...
mais conhecida por Sonata ao luar...

Só pelo nome... já vale a pena...
Todos conhecem, já vão ver...

Beethoven, compôs esta música em 1801 e dedicou-a a uma aluna sua, de nome: Condessa Giulietta Guicciardi de 17 anos, com a qual, tanto quanto se sabe, houve bem mais do que aulas de piano... alias ele era bem conhecido por ser bastante mulherengo...
Se bem que pelo que se conheçe, só amou uma única mulher em toda a sua vida, ninguém sabe quem foi, no final deste post, incluo 3 cartas, que ele lhe escreveu, ao seu: 'Immortal Beloved'.

De qualquer forma o nome Sonata ao luar, foi dado pelo poeta Ludwig Rellstab em 1832, que a comparou ao reflexo da lua no lago Lucerne. E ficou.

Berlioz disse sobre esta sonata: "is one of those poems that human language does not know how to qualify."

Beethoven, escreveu no início da partitura: "Quasi una fantasia".

Acho que não consigo dizer melhor...
É qualquer coisa esta sonata, só não é a minha preferida, pois ele caiu na "asneira" de escrever outra, mas a seguir já lá vamos...
Agora ouçam, porque vale mesmo a pena...



Imortal, indescritível, linda...

-//-

A segunda, não tão conhecida, mas para mim, a peça para piano, mais bela, alguma vez escrita...

Eu podia viver dentro deste 2º andamento...

A sonata nº 8 em Do menor, op 13...
mais conhecida, como a Patética...

Esta composta para o seu amigo, o príncipe Karl von Lichnowsky, em 1799...
Deve o seu nome Patética, mais uma vez, não a Beethoven, mas a quem a publicou...

Nem imaginam, as coisas que sairam deste segundo andamento...
E chegaram até ao dia de hoje...
Depois mostro-vos, noutro dia, porque que este, já corre o sério risco de estar, um tanto ou quando grande...

Aqui fica o 2º andamento...
Às mãos de Freddy Kempf:



... out of words...

-//-

E como prometido, para quem ainda tiver paciência, para entender, um bocadinho melhor Beethoven, as sua cartas, ao seu imortal e misterioso amor...

E foram descobertas, na sua secretária, após a sua morte...
Nunca chegaram ao seu destino...

Só o inicio é arrebatador...
My angel, my all, my very self...

Letter 1

July 6, in the morning

My angel, my all, my very self -

Only a few words today and at that with pencil (with yours) - Not till tomorrow will my lodgings be definitely determined upon - what a useless waste of time -
Why this deep sorrow when necessity speaks - can our love endure except through sacrifices, through not demanding everything from one another; can you change the fact that you are not wholly mine, I not wholly thine -
Oh God, look out into the beauties of nature and comfort your heart with that which must be -
Love demands everything and that very justly - thus it is to me with you, and to you with me.
But you forget so easily that I must live for me and for you; if we were wholly united you would feel the pain of it as little as I -
My journey was a fearful one; I did not reach here until 4 o'clock yesterday morning. Lacking horses the post-coach chose another route, but what an awful one; at the stage before the last I was warned not to travel at night; I was made fearful of a forest, but that only made me the more eager - and I was wrong.
The coach must needs break down on the wretched road, a bottomless mud road.
Without such postilions as I had with me I should have remained stuck in the road.
Esterhazy, traveling the usual road here, had the same fate with eight horses that I had with four - Yet I got some pleasure out of it, as I always do when I successfully overcome difficulties -
Now a quick change to things internal from things external.
We shall surely see each other soon; moreover, today I cannot share with you the thoughts I have had during these last few days touching my own life -
If our hearts were always close together, I would have none of these.
My heart is full of so many things to say to you - ah - there are moments when I feel that speech amounts to nothing at all -
Cheer up - remain my true, my only treasure, my all as I am yours.
The gods must send us the rest, what for us must and shall be -

Your faithful LUDWIG

-//-

Letter 2

Evening, Monday, July 6

You are suffering, my dearest creature - only now have I learned that letters must be posted very early in the morning on Mondays to Thursdays - the only days on which the mail-coach goes from here to K. -
You are suffering -
Ah, wherever I am, there you are also - I will arrange it with you and me that I can live with you.
What a life!!! thus!!! without you - pursued by the goodness of mankind hither and thither - which I as little want to deserve as I deserve it -
Humility of man towards man - it pains me - and when I consider myself in relation to the universe, what am I and what is He - whom we call the greatest - and yet - herein lies the divine in man -
I weep when I reflect that you will probably not receive the first report from me until Saturday -
Much as you love me - I love you more -
But do not ever conceal yourself from me - good night -
As I am taking the baths I must go to bed -
Oh God - so near! so far!
Is not our love truly a heavenly structure, and also as firm as the vault of heaven

-//-

Letter 3

Good morning, on July 7

Though still in bed, my thoughts go out to you, my Immortal Beloved, now and then joyfully, then sadly, waiting to learn whether or not fate will hear us -
I can live only wholly with you or not at all -
Yes, I am resolved to wander so long away from you until I can fly to your arms and say that I am really at home with you, and can send my soul enwrapped in you into the land of spirits -
Yes, unhappily it must be so -
You will be the more contained since you know my fidelity to you. No one else can ever possess my heart - never - never -
Oh God, why must one be parted from one whom one so loves.
And yet my life in V is now a wretched life -
Your love makes me at once the happiest and the unhappiest of men -
At my age I need a steady, quiet life - can that be so in our connection?
My angel, I have just been told that the mailcoach goes every day - therefore I must close at once so that you may receive the letter at once -
Be calm, only by a calm consideration of our existence can we achieve our purpose to live together -
Be calm - love me - today - yesterday - what tearful longings for you - you - you - my life - my all - farewell.
Oh continue to love me - never misjudge the most faithful heart of your beloved.
ever thine
ever mine
ever ours

L.

sábado, 17 de novembro de 2007

Dr. House

Estava eu a trabalhar, afincadamente, mas não com muito resultado, confesso...

Lembrei-me então de ver um episódio, daquela que é provavelmente, uma das melhores séries de sempre, ok há outras muito boas, mas esta também o é!
Falo portanto da nova época do House a 4ª que não sei bem como (ok até sei, mas pronto), anda por aqui no meu disco...
E para quem acha que o House é bom, esperem que chegue a portugal a 4 época, soberba!
Quando deparo com um episódio, daqueles que, sem mais nem porque, nos mandam uma lambada, e nos acordam, para algo.
Este é realmente bom, ponho-o não acima do meu episódio preferido dele, mas ligeiramente mais abaixo, pronto, que também fica muito bem.

O meu episódio favorito do House é na 3ª época um episódio chamado "One Day, One Room", que muita gente considera um dos episódios mais chatos do House, mas eu considero-o fantástico, porque além de ser diferente de todos os outros, revela algo mais sobre a pesonalidade do House, assim como nos dá uma grande lição e prespectiva de vida. O que, pelo menos para mim, é sempre bem vindo.

Bem adiante, este novo episódio, intitulado "97 seconds", quando e se o virem entendem o título, tem qualquer coisa também...

Aqui fica um cheirinho de uma fala da Cudy, ehehehehe, sim sou, mau:

"Ele morreu enquanto o médico responsável estava deitado numa cama de hospital, porque enfiou uma faca numa tomada eléctrica. "

ehehehe, de qualquer forma algo me chamou atenção, uma música, que foi aparecendo, sim, sou daquelas pessoas, que realmente presta atenção às músicas...
Não sei porque, mas esta música trouxe-me, um sabor conhecido...
Hum, a música por vezes, faz destas coisas...

Pesquisei logo, e descobri, que a música, é uma música nova da Alanis Morissette, fantástica, intitulada "Not As We".

Descobri no Youtube, não só a música ao vivo, mas também a parte do episódio em que a música aparece, aqui fica:

O pedacinho de música na série:


dá vontade de ouvir mais, não dá?
aqui fica:

A Música:


Reborn and shivering
Spat out on new terrain
Unsure, unkind, insane
this faint and shaken hour

Day one, day one
Start over again
Step one, step one
I'm barely making sense
For now I'm faking it
'Til I'm psuedo-making it
From scratch, begin again
But this time I as "I"
And not as "we"

Gun-shy and shivering
Tear it without a hand
Feign brave but still intent
Little and hardly here

Day one, day one
Start over again
Step one, step one
I'm barely making sense
For now I'm faking it
'Til I'm psuedo-making it
From scratch, begin again
But this time I as "I"
And not as "we"

Eyes wet,
Toward wide open freight
If God is taking bias,
I pray he wants to lose

Day one, day one
Start over again
Step one, step one
I'm barely making sense
For now I'm faking it
'Til I'm psuedo-making it
From scratch, begin again
But this time I as "I"
And not as "we"

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

show must go on...

...e depois disto...

...já agora para quem caiu aqui de paraquedas, acho que é melhor começar aqui! digo eu...

Capítulo VI

-Distraído eu?
-Vocês homens... nunca entendem nada! - disse ela agarrando-me - não vês que estou assim vestida, pois desejo comprovar, provando aquilo que a minha filha vai levar! Que raio de mãe pensas tu que eu sou? Não te deixo levar a minha filha assim...
-Mas Marie... - fui interrompido, por um arremessado beijo, seguido dum valente empurrão que me derrubou para cima do sofá. Quando me tentei levantar, fui novamente derrubado pela densa mulher... e seu corpo... deixei de lutar, até porque a minha futura sogra tem aquela sensualidade, que só os anos vão trazendo...
E aquela mulherona sabe-a toda, os anos lho ensinaram...
-Uuuui, mas onde é que aprendeu isso Mar... aaaiiiiii, creeeedo - gemi - uuuuiiiiiii....
-Mãe já cheguei, acreditas que passei 72 horas no cabeleireiro? E aquela besta nem sequer acertou com a cor das madeixas!!! MAS QUE PORRA É ESTA!?!?!?!

-Se calhar era melhor ir para casa. - disse o empregado estendendo-me um sobretudo...
E de repente a minha mente voltou a si, deixando de deambular, a novela surrealista a que se havia submetido, devido ao choque sentido segundos antes...
-Não se preocupe, que nós limpamos tudo. - continuou o empregado, apontando para a chávena partida no chão.
-Mas como é que isto me foi acontecer, como é possível?
-Acontece, confesso que não com frequência, mas...
-Como acontece? - Interrompi
-O stress, o cansaço, não sei menina...
-O STRESS?!?!?!, pareço-lhe uma pessoa stressada, pareço, PAREÇO????
-Acho que era melhor ir para casa, menina. - Esticando-me novamente o sobretudo.
Toda a gente olhava para mim, uns mais que outros, constrataram o que eu havia constatado momentos antes, no espelho do balcão...
-Confesso - disse o empregado - que quando a vi entrar pela porta, assim, nua, fiquei boquiaberto, mas sabe como é a juventude hoje em dia, vestem-se de cada maneira...
Agora explodi!
-Que foi, não gosta do que vê? - gritei
-Assino já um contrato contigo por uma, vá lá, duas épocas, ó boa!!! - ouviu-se lá do fundo.
-Mete-te na tua vida estúpido! - retorqui
-Eu metia-me era na tua! Ai metia metia! - ouve-se algures atrás de mim...
-Que vergonha! - chorei, agarrando-me ao empregado...
-Eu sei menina, mas já passou, pronto. - Enquanto me cobria com o sobretudo...
-Mas vocês homens nunca entendem nada - berrei - eu sei que estou nua, não sei bem o que aconteceu, mas o maior problema não é esse!
-Mas menina...
-Como é que isto me foi acontecer... - interrompi
-Fazia-te um capuccino! - berrou alguém
-Mas o quê menina? O que pode ser pior?
-Além do meu cabelo? Vocês homens não entendem mesmo nada! - berrando - Não vêm que não fiz a depilação!!!!!!!

...e vai continuar... aqui... acho...

quinta-feira, 15 de novembro de 2007

Palavras ao Vento


A lua adormece trazendo o dia
No descanço da noite repousa sadia

Acordamos pensando ainda aqui estou
Por aqui permaneço porque assim o sou

Vivemos ao vento daquilo que somos
Lembrando momentos daquilo que fomos

Corremos voando sem nunca parar
Rasgando segredos que soubemos encontrar

Na sombra da esperança vivemos escondidos
De sonhos passados de sonhos vividos

Lembramos memórias de tudos e nadas
Restos de histórias restos de nadas

Talvez no entanto sem nunca parar
Me possa perder para me encontrar


quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Assim NÃO!!


Hoje ao chegar ao meu carro, vejo uma esmurradela no meu para-choques!
Foda-se!!!

Do meu carrito, que cuido com muito carinho e algum pó também de vez em quando...
Eu sei que é baixinho, mas vê-se!
E se não se vir, porra, sente-se quando se bate não?!?!?
Digou eu, que tenho carta à 11 anos, e tive 2 acidentes, um no 1º ano de carta e outro no 2º, depois, como não gosto dessa coisa dos acidentes, deixei-me disso, não faz muito o meu estilo...
E no entanto...
Nem um papelito...
Nem uma marca de um dedito ou isso na ferida, a ver se tinha estragado muito...
Nem o mínimo sinal de que se preocuparam com alguma coisa, excepto, talvez...
Bazar antes que alguém desse por ela!!!
Não estragou muito, mas estragou amigo...
Eu sei que acontece com frequência, mas a mim, nem por isso...

Quão medricas e invejoso é preciso ser, para fazer um coisa destas?

Acho que em algum ponto da evolução, os outros deixaram de ser pessoas, para passarem a ser coisas, como tudo o resto...

Salve-se quem puder, é o lema de hoje em dia...
No trânsito, no trabalho, e em todo o lado...
Salve-se quem puder, e vamos indo...
Uns salvam-se, outros nem por isso...

Um dia ainda vou compreender, a sério.
Como é possivel viver a vida, ignorando, que a coisa é uma pessoa também...
Como nós, com problemas, sentimentos e por vezes, sem culpa...
Mas com mais um problema, uma marca, que vai bem além, do para-choques de um carro...

Um destes dias, ainda vamos acordar.
E perceber, que afinal, não estamos sozinhos.
São pessoas aquilo que nos rodeia...

IRRA!!!

-//-

Já agora, por acaso, não conhecem ninguém que conduza um carro branco?

terça-feira, 13 de novembro de 2007

1 imagem...2 dias...11 bloggers

O menino e O abstracto


- Quem és tu? - pergunta a criança
- Eu sou o abstracto!
- E o que é o abstracto?
- Diz-me o que vês.
- Vejo cor.
- Então sou cor.
- Então o abstracto é cor?
- Se quiseres.
- Como se quiser?
- Diz-me o que mais vês.
- Vejo estrelas.
- As estrelas que mais brilham são asteriscos desenhados pelas crianças.
- Isso é verdade?
- Disse-me uma vez uma meia laranja inteira.
- Meias laranjas inteiras, como é possível?
- O facto de ser só meia laranja, não deixa de ser laranja ou deixa?
- Não, acho que não.
- E que mais é que vês?
- Vejo o que parece ser a parte de cima de uma viola.
- Sou música então.
- Também és música? O abstracto é música?
- Se quiseres.
- Não percebo nada.
- A seu tempo, vais entender, não tenhas pressa, tens tempo. Vês algo mais que te chame a atenção?
- Vejo um olho.
- E o que vê, esse olho?
- Não sei bem, mas acho que olha para os corações.
- Sou então um olhar sobre o amor.
- És aquilo que eu vejo?
- Para ti sou.
- És cor, música e olhas para o amor?
- Assim me vês.
- Mas então és o que vejo? Não percebo.
- Todos somos únicos e um só, mas diferentes, dependendo de quem nos olhe.
- Porquê?
- Porque somos únicos, em tudo, inclusive na maneira como vemos os outros, e como achamos que os outros nos vêm.
- És engraçado. Gostei muito de falar contigo.
- Obrigado, também gostei de falar contigo. E tu quem és?
- Sou o abstracto.

-//-

Mais um post em jeito de challenge, desta por parte da Gata aqui.

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

S. Martinho

Mais um fim de semana, mais um momento. Para ficar, e recordar.

Entre uns estranhos que se conheceram numa paixão comum, e ficaram amigos.

Onde já se viu uma box assim, numa corrida de karting?




Leitão, sopa de pedra, vinho, bagaço, licores, doces, ..., e amigos aos molhos!
Só num sítio, numa equipas de amigos, que tenho a honra de conhecer.
Porque agora, a paixão comum, fica sempre para segundo plano.

Duas equipas, um só espirito:

(Faltam dois na foto, andavam praí!)

A todos os Místicos aquele abraço!

E depois lançaram este lobinho, para o meios dos leões!
Fui eleito democraticamente, para fazer a partida...
No meios dos leões, esfomeados que acham que uma corrida de 6 horas (uma vida) se ganha na primeira curva...
E nas seguintes...


Portei-me como um lobinho, com calma, e fui indo!

sexta-feira, 9 de novembro de 2007

mil palavras

E por que uma foto vale mais que mil palavras, aqui fica:




Hoje ganhei o dia!

E no entanto gastei dinheiro...

Estava eu a sair de casa quando ouço: "Ó senhor!".
Começou logo mal, Ó senhor???? Senhor??? Eu???

Mas eram duas meninas, não mais do que 10-12 anos...
-Não quer comprar umas rifas, para...
-Ou então umas t-shirts...
-Se quiser pode só contribuir com alguma coisa...
-Não, não quero comprar nada, obrigado, mas tomem lá...

Meti a mão ao bolso e saquei de lá umas moedas, dois ou três euros no máximo, e dei-lhes...

O brilho no olhar e o sorriso da criança a quem eu dei o dinheiro...
daqueles que só uma criança consegue ter...
daqueles de como se a vida fosse vivida num só momento... e às vezes, até o é...
sem falsidade... só pureza... sincera...
comoveu-me... muito mesmo...
encheu-me...

Um pequeno tudo nada destes, por dois ou três euros?

Pograma de rádio

Ao que parece hoje fui entrevistado, num programa de rádio que vai passar na rádio santiago num programa chamado submarino, no sábado das 2 às 4 da manhã, é um programa um bocado estranho, mas a hora a que passa também não é para menos...
O lema do "pograma" é "até bater no fundo..." por isso se tiverem oportunidade, não ouçam! acreditem! depois não digam que se arrependeram!

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

cinco greguerías & have a nice day

Outro dia olhei para ti, e esqueci-me de respirar.

-//-

A vida é feita de pequenos nadas, tudo são pequenos nadas, logo a vida é feita de pequenos tudos.

-//-

Não sei de onde venho, nem para onde vou... e no entanto ainda estou aqui.

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Frustração: ser escolhido para um dos cargos mais importantes do mundo, escolher o email e receber uma resposta: Bento já existe, posso sugerir Bento16?

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E nesta dança da vida, aquilo que sou, é parte de quem conheci, e por aqui passou.

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Este post vem em jeito de um challenge por parte do I Blog Your Pardon, a mim, e aos seguintes bloggers:

Daniela: Meia Laranja Inteira
Redjan: redjan... pieces & ideas!
Gata: Lazy Cat
Carlos Lopes: I Blog Your Pardon!!!

Ao todo 25 greguerías, dá para um livro! Por isso cusquem!

Segundo consegui apurar na wikipédia (faço referência não vá alguém processar-me pelo copy-paste! Se bem que acho que se notava bem o copy-paste... escrevinham diferente, os que nos tratam por "nuestros irmanos" e no entanto, não o são!)

Las greguerías son textos breves, generalmente de una sola frase, que expresan, de forma aguda y original, pensamientos filosóficos, humorísticos, pragmáticos, líricos, etc.

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

O meu primeiro amor

Foi este!


A minha prima Marisa, olhem bem para este moranguito!


Tinha eu 2 anos, e até já tínhamos casamento marcado!
A minha tia Emília fazia catering para casamentos, e
então eu encomendei-lhe o meu!
Isto tudo aos 2 anos!

Depois seguiu-se... já não me lembro do nome... ups...
Mas lembro-me dela, o que já não é mau de todo não?


Era a minha vizinha do lado. A do meio, que a outra segundo me dizem, é minha irmã.
E já vinha com a indumentária incluída, o que me dava jeito agora, para a minha casita nova.

Nisto de gaijas, até que não tenho mau gosto não acham?

Epá, nostalgia, quero voltar a ter 2 anos!!!!

Uma Caixa


Numa casa da adolescência...
Procurava um caderno azul...
Do qual me lembro bem, mas o havia esquecido...
No entulho de uma vida, outrora por mim vivida,
Os meus olhos pararam numa simples caixa, de um perfume de outros tempos...
Veio-me o cheiro, do perfume e das memórias...
Entrou sem pedir licença, e por ali deambulou...
Sabia o que continha, pedaços de uma vida, a minha...
Entre fotografias e papeis, bilhetes e rascunhos, cartas e recordações, ri, lembrei e chorei...
De sentimentos que havia vivido.
De sentimentos que ainda vivo...
Fecho agora a caixa, comigo outra vez lá dentro.
Os sentimentos ficam de fora...
Entre a caixa e o agora...
Uma vida vivi...
Uma outra não vivi...

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

No Rio Minho

E porque a vida também é isto, e enquanto esperamos por ela,
valem-nos os pequenos momentos, pequenos nadas,
Como este:

Agora ando numa de kayakista, coisas...

Mas outro dia, a conversar com um cliente ele disse-me: há e tal, é giro, mas é coisa de gaijas!!! E já não é a primeira vez que ouço isto!
Coisa de Gaijas?!?!?!?!?!?
Sem ofensa às senhoras, que para o caso nem tem nada a ver, até foram duas dos Tamecanos este fim de semana (e até andam bem melhor do que eu, que sou gaijo!), mas é mesmo a expressão...

Para que não restem dúvidas, isto é kaiak!

O meu primo a desbravar um rio de
glaciar derretido este ano na Suíça!


Pronto, agora que está esclarecido!

O plano era sábado, ir até Melgaço, descer a parte de cima do Minho e no Domingo descer a parte de baixo, ao todo cerca de 45-50 Km...
Até aqui tudo bem...

O meu primo disse-me na sexta: O Rabiço (o meu Dentista!) vai sair de Mondim ao meio-dia e vai-te buscar... eu disse: estou mesmo a ver... mas pronto...
O que é certo é que ao meio dia, o telefone toca... e estando eu deitado desce cerca das 7 da manhã (a digitalizar fotos antigas, e a ajustar um qualquer tópico anterior, que meti na cabeça que havia de sair na sexta), era o Rabiço: Olha vou sair agora, queres o meu kayak verde, que eu vou noutro que comprei? (é que eu ainda sou novo nestas andanças, ainda só tenho parte do material... a parte das luvas, dos botins e do capacete! Se bem que o meu anorak chegou este fim de semana! Eia! É uindo! A pagaia, provavelmente para a semana! O kayak, quando tiver dinheiro...) Pode ser!
Ok, vou sair de Mondim agora, daqui a 40 minutos estou aí! - disse ele.
Foda-se! - pensei eu, pela primeira vez na vida este gaijo vem a horas!?!?!?!
Arrastei-me até à banheira e siga "auguinha" para ambientar!
12:40, 13:00... 13:30... pego no telemóvel...
- Rabiço? - digo
- Sim.
- Então?
- Olha qual é a entrada do prédio do teu primo, é que eu tenho que ir buscar umas cenas!
(O meu primo mora em Mondim, ou seja ainda lá estava... Agora sim Rabiço, começas a parecer tu!)
- De frente para o Sousa, a terceira porta a contar do lado direito!
Saiu-me o segundo foda-se do dia, daqueles de quem ficou a dever 2 ou 3 horitas à cama e não as teve...
Resumindo e às 3 da tarde ele lá chegou, ele, o Pedro e o meu novo amigo o Bessa (em homenagem ao Rio Bessa!)... com fome... fomos almoçar...
Como é óbvio, não fomos ao rio no sábado, líquidos não faltaram, mas não foi água...
Paramos no feira nova e siga, uma caixa de 24 mines, e 2 pacotes de batatas fritas pra viage! Isto depois de almoçar claro!

E fiz das coisas mais estranhas... passei uma cerveja ao condutor, que ao que parece já ia a conduzir de uma maneira bastante peculiar... Com o Bessa ao colo!



(Rabiço mostra como se faz!)
(E o Bessa gosta de cerveja!)

Como também é óbvio, quando chegamos lá, já estavam os nosso colegas a sair do rio, ainda assim a festa, essa, é nossa, sempre!


Bem saimos do rio, de noite e parecia que já eram pelo menos umas 9 horas, ainda eram 6 da tarde...
jet-leg do fuso horário, ou isso...

Vamos-nos sentar em qualquer lado, pergunta um? Vamos.
Conclusão 9 gaijos, 2 meninas e 1 cão, para onde vamos? Solar do Alvarinho! Claro está!
Estava cheio! Ao que parece festa de antigos alunos do liceu (isto lembra-me qualquer coisa... provavelmente mais para o final do mês falamos), mas da década de 40!!!!

E entramos, de Bessa e tudo!

(O meu mais recente amigo!)
(Foi amor à primeira vista!)

Conclusão e meia dúzia de garrafas de alvarinho depois, fomos comer...

Um bacalhau assado assado com fiambre e queijo por cima, coisa que eu nunca tinha visto, mas de-li-ci-oso!

O que vale é que andei a discutir vinhos maduro tinto com o Mário!
Este é que é bom, "Ó amigo abra lá uma destas!" É bom sim senhora!
Não, vais ter é que provar este "Reserva de 1999"! Caraças! Que pomada!
...etc...
Adiante, pagamos 4 vezes mais pelo vinho que pela comida (eu e o Mário claro!), mas saímos de lá con-so-la-dos!


(Olhem bem para isto... um must...)
(Se bem que por esta altura já devia pensar...
$&$&$ para estes kayakistas!)

Do restaurante para um bar, de um bar para o acampamento, montar tendas às 2 da matina, o que também é muito bem pensado...

O people por volta das 3 morreu...
Mas ficaram 2 resistentes a tocar viola até às 5 da manhã...
Eu e o meu dentista!
Até que eu disse: Rabiço, já não sinto as mãos! (Estava um destes frios...)
Que é que vamos fazer?
O estado era este...




Como o "aço" portanto...

Virei morçego e siga...


Vamos pendurar kayaks!
Nas árvores!
Amanhã colhem-se!

A primeira árvore ficou mais ou menos assim!

(Um dia quando for grande ainda vou ganhar juizo!)
(O que vale é que nunca vou ser grande!)

Mais duas se seguiram...
Hora e meia e 15 kayaks depois...
Sim que isto de pendurar kayaks, não é tão simples quanto parece!
É preciso subir às árvores e pendurá-los!
E ainda foi preciso tirar 3 de cima de uns carros com uns gaijos a dormir lá dentro!
O que a estas horas da noite também é coisa pouca!

Conclusão, dormir às 6:30 da matina...
O que vale é que como a tenda é minha, e tem 2 quartos pude escolher...
Escolhi claro, o Bessa! O Rabiço e o Pedro que se amanhem!
Meia hora de festa e brincadeira. Com o saco cama, o sol a aparecer, aquecem-me...
O corpo, porque o Bessa aqueceu-me a alma...
Umas lambidelas no nariz depois, lá morri também!
Às 9, duas horitas depois portanto... ouve-se: "gooooooood moooooorning vietnam!!!!!!!"
Saíu-me assim a modos que meio rouco, mais um foda-se!
Os 18&Cia chegaram!

Depois foi só rir e ver o povo a colher kayaks!
Já estavam madurinhos!

Ora vamos lá então para o rio...
Logo no primeiro rápido, ariops, cabeça para baixo...
Demorei uns segundos a perceber onde estava...
Mas lá me apercebi e esquimotei... saiu à primeira!
Aliás como todas nesse dia!
Um orgulho!
E foram muitas chiça!
Um destes dias ainda aprendo a andar de kayak!

O que vale é que com isto tudo tanto eu como o Rabiço nos esquecemos das máquinas fotográficas no carro, vá-se lá saber porque...

Assim a modos que, fotos do rio,tá complicado...

E ainda estou à espera que os meus amigos do 18&Cia mas mandem, depois publico!

No fim do dia, só para não quebrar o ânimo, subir o monte até aos carros... cerca de 1km...
os primeiros 50 metros em areia estilo dunas, o controle de tracção funcionava mal que tolhe...
Depois 1km por um caminhozito de cabras sempre a subir que também é bem bom!
Completamente roto, molhado e de kayak às costas, disse:
Foda-se! E siga pá frente!

sábado, 3 de novembro de 2007

Anjo Luz

Hoje mais uma música…

É a história de um menino, que foi aprendendo
vivendo

É grande, eu sei, mas se tiverem tempo leiam e depois ouçam a música…

--//--

O meu pai diz muitas vezes:
O inferno é pessoal.

Concordo plenamente, mas acrescento:
Também o céu, também o céu…

--//--

truz, truz...
- Quem é? - Perguntavas tu tia Palmira
- Sou eu - Respondia
- Eu quem? - Perguntavas tu já em tom de brincadeira, só para me ouvir falar
- Eu palmida! - Dizia chateado
- E o que queres? - Dizias-me abrindo a porta
- Quero um buguçado.
- Já acabaram - Dizias com uma mão atrás das costas
- Já?
- Já, mas guardei este para ti - Enquanto me estendias a mão
- O tio Manel já acodou? - perguntava eu, deliciando-me com o caramelo…

Vinha da escola, e todos os dias a meio do caminho ali estavas tu, sentado à minha espera, negrito, o gato da minha avó. Tirava um pedaço de pão do bolso que guardava da escola e dava-to. Dali até casa caminhavas sempre comigo, acompanhando-me... Nunca ninguém percebeu como é que o negrito sabia a que horas eu vinha da escola, mas todos os dias à mesma hora ali estava ele, sentado à minha espera...
Foi muito triste o dia em que não estavas à minha espera, devias estar distraído, pensei eu... mas à medida que os dias foram passando, fui-me apercebendo... tinhas desaparecido, nunca mais te vi...
À hora do lanche a minha mãe dava-me um iogurte, mas não me dava colher. Não precisava.
Corria para tua casa avó, e trocava o meu iogurte do supermercado, por um feito por ti, numa panela com água quente embrulhada em cobertores... Atulhava-o de açúcar amarelo e deliciava-me. Lembras-te?
Lembro-me quando chegava que agarravas em mim e dizias: "Dlim dlão, cabeça de cão, orelhas de burro, não tem coração", enquanto pegavas em mim ao colo e andavas comigo às voltas... Outa vez - dizia eu no fim.
Lembro-me de me convenceres uma vez a ir à missa contigo, disse à minha mãe: "Vou à missa com a avó", "Está bem", respondeu ela. Não gostei, os padres não falam para as crianças, e tu ficas-te triste por eu não gostar.
Se fosse hoje ia todos os dias contigo à missa avó, só para estar contigo...
O quintal do meu avô era mágico, era a vida dele. Demorava eternidades a fazer qualquer coisa, mas tudo ficava impecável, até os regos das batatas eram verdadeiras obras de arte, lisos como se fossem de cimento.
Muitos trevos de 4 folhas apanhei eu no teu quintal avô.
Lembro-me de uma vez nascer um girassol com imensas flores, mais parecia uma árvore, coisa que toda a gente dizia que não podia acontecer, mas no teu quintal aconteceu...
Tinhas um olhar vazio, de quem já tudo viu.
Não tinhas muita paciência para mim, mas não faz mal, sempre gostei de ti assim.
Contavam histórias de quando tu eras novo e que tinhas muita força, de como tu e o tio Augusto pegavam num pipo de vinho sozinhos, ou de como tu carregas-te a sacos de batas que trazias do rio, a areia que construiu a casa da minha avó materna.
Os iogurtes eram feitos na embalagem dos teus medicamentos avô, medicamento que tinhas que tomar todos os dias antes das refeições. Pois não tinhas estômago, um cancro havia-to levado anos antes. Nunca o soubeste, pensavas que só te tinham tirado metade. Mas conheciam-te bem e foi melhor assim, pois os médicos davam-te apenas 1 ou 2 anos de vida e tu viveste mais 15...
- O tio Manel já acodou? - perguntei eu
- Já, acordou mesmo agora - respondia a minha tia Palmira
E eu levantava-me contigo, e fazia tudo como tu, até me arranjas-te uma lâmina para eu fazer a barba contigo (sem lâmina claro).
Tu tinhas uma paciência interminável, e um jeito para as crianças sem igual.
Contigo muito aprendi.
Lembro-me de me ensinares a conduzir, tinha eu 3 ou 4 anos e tu empurravas o teu 127 pela janela e eu ajudava-te a virar o volante, com o passar dos anos comecei a ter força para o virar sozinho!
Lembro-me que sempre conseguis-te compor tudo, até a bicicleta que me tinhas feito dum quadro que encontras-te compuseste, depois de eu ter partido o quadro ao meio. Um ferro daqui um arame dali, e lá durou mais uns tempos.
Lembro-me como eras forte, o homem mais forte do mundo pensava eu.
Ia para a praia contigo e com a tia e tu entravas no mar e nadavas para longe, eu a tia ficávamos a ver a tua cabeça a desaparecer no horizonte... Passado muito tempo dizia a minha tia, já aí vem, e a tua cabeça começava lentamente a aproximar-se da costa.
Lembro-me numa tempestade em que estavas a tentar reforçar o telheiro, este te cair em cima da cabeça, a minha mãe pensou o pior, mas tu saís-te lá de baixo apenas com um galo. Que até cantava dizias tu. Eras indestrutível.
Lembro-me uma vez na escola, de a professora mostrar um mapa mundo e eu perguntar se alguém já tinha atravessado a nado até à América que era muito longe... Disparate! Respondeu a professora. O meu tio Manel consegue pensei eu...

Lembro-me como se fosse hoje, era sábado, e eu estava a passar uns dias em tua casa avô, como fazia todos os verões, ao chegar a casa depois de passar um dia na praia com os meus amigos, reparei que estava lá toda a gente. Devem ter vindo visitar-te avô, pensei, pois estavas internado à dois dias, de uma trombose. Mas não. Quando cheguei o meu pai aproximou-se de mim e perguntou:
- Divertiste-te com os teus amigos.
- Porquê é que está cá toda a gente? – Perguntei eu estranhando.
- O teu avô morreu hoje de manhã. – Respondeu.
- Porque não me disseram nada?
- O que podias fazer?
- Nada, mas…
- Divertiste-te hoje com os teus amigos? – Interrompendo-me.
- Diverti, mas…
- É só isso que importa. – Respondeu-me enquanto me dava um beijo na cara.
Lembro-me de ter vontade de chorar e não conseguir.
Lembro-me de te ouvir dizer avó: - E agora que vai ser da minha vida?
Nesse dia toda a minha perspectiva da morte mudou, e por consequente a da vida.
No dia seguinte fui pela segunda vez a uma missa contigo avó.

Estavas em minha casa avó, sentiste-te mal e foste para o hospital.
Pedra nos rins disseram os médicos, não é grave.
Dois dias depois deixaste-nos…
Os médicos disseram que não aguentas-te o internamento…
Mas toda a gente sabe que morreste de saudade. Havia dois anos desde a morte do avô. E nunca mais tinhas sido a mesma.
A vida dele era cuidar do quintal, e a tua vida era cuidar dele…
E avó, fui à tua missa, porque isso te fazia feliz…

Nunca tinhas estado doente um único dia na tua vida tio Manel…
Uma doença bastou, a primeira e última.
Fui-te visitar a casa, a tia disse que estavas como de costume cá fora a ajeitar qualquer coisa. Desmaias-te, quando recuperaste os sentidos voltas-te para dentro e tornas-te a desmaiar… Depois de muito batalhar lá te convenceram a ir a um hospital…
Tiveram que te fazer análises a tudo, grupo sanguíneo, alergia à penicilina, etc… como a uma criança…
Tumor no cérebro inoperável, foi o que bastou para te derrubar…
Voltas-te para casa mas já sem a vida que sempre carregas-te em ti…
Lembro-me de te ir visitar.
Não me reconheceste.
Lembro-me de ver a tia chorar, e tentar de algum modo consolá-la, como muitas vezes ela me havia consolado a mim.
Lembro-me de te colocar uma mão em cima da tua que permanecia quieta na tua barriga, e com a outra dei-te de comer, como se dá a uma criança, que eu outrora fora.
E pela primeira vez apercebi-me, também tu em tempos foras uma criança.
Quis pegar no teu caixão e carregar-te uma última vez… Como muitas vezes carregaste comigo…
E pela primeira vez fui a um enterro.

De ti avô, herdei a força e a perfeição que ponho em tudo que faço, do mesmo modo que punhas no teu quintal…
De ti avó, herdei a calma e a paciência, devagar se vai ao longe, sempre dizias…
De ti tio Manel, herdei a habilidade de concertar coisas, e o amor pelas crianças, hoje compreendo que não há nada mais belo que a pureza de uma criança…
De ti tia Palmira, não herdei nada, pois ainda cá estás…
Já não te vou visitar tantas vezes como costumava. Não tenho tempo, justifico-me para mim mesmo, a desculpa da moda, mas não é verdade, pois tempo para ti, não me falta…
Mas prometo que te vou visitar em breve.
Vou, com uma lágrima no canto do coração, tocar à tua campainha. E tu vais, porque há coisas que nunca mudam, dizer:
- Quem é?
- Sou eu.


quinta-feira, 1 de novembro de 2007

Assim SIM!!!

(o caixote diz: ideias bestiais 100$)

Hoje fui roubado...
Mas com pompa e circunstância e tudo mais a que tinha direito! Não fiz a coisa por menos!
Falo claro da escritura da minha casa, sim já cá estou a viver à 15 dias, mas a modos que clandestino.
O que é certo é que ao menos paguei, mas trouxe para casa uma resma inteirinha de papel de rascunho, isso e uma cãimbra na mão direita de tanto papel assinar...
Ainda perguntei, mas se estas trinta cópias são para mim, não posso assiná-las depois em minha casa? Parece que não...
Tenho portanto uma resma de papel de rascunho assinado por mim, o que vale logo à partida muito mais!

Parece é que o roubo começou ontem pois fui pagar umas centenas largas de euros, para um registo provisório... para hoje pagar uns milhares valentes pelo registo...
Acho que eles fazem isto do registo provisório não para parecerem anormais e testarem a nossa imbecilidade, mas sim como aquecimento... para o roubo à grande que se segue!

O que vale é que o banco estava com pressa de finalizar o caso ainda este mês (objectivos, deles não meus) e marcou a escritura para as 7 da tarde de hoje, véspera de feriado...
Ora, como os bancos estão fechados, o meu dinheirinho só vai parar à minha conta na sexta-feira!
Tive portanto que inventar para pagar tudo... ao pedir o extracto da minha conta no final o saldo dá "LOL" mas sem os L's!


Trouxe porém duas folhitas interessantes, com o resumo do que paguei...
O fantástico é que pelo menos linha sim, linha não, aparece "IMPOSTO DE SELO"...
Até paguei imposto de selo sobre comissões!
E imposto de selo, sobre, vejam bem... imposto de selo! Estou maravilhado!
Começa logo com: Imposto selo de verba (0,6%) - Bom!
E na linha seguinte: Imposto selo verba 1 (0,8%) - Excelente!
Tiraram o "de" e acrescentam um "1", sai uma preposição e entra um número que dá logo um imposto diferente! Claro!
O que vale é que só sabem contar até 1!!!!
Mas estão a trabalhar mal estes calhordas, não acham? Vejam o primeiro imposto que paguei! (aqui)
"Imposto de selo (4%)" tenho resmas, mais propriamente 8 linhas dele!!!
Já era altura de aprenderem alguma coisa com os hipermercados e por algo do tipo:
Imposto de selo (4%) -> Quantidade 8 -> Valor xxxxxx
Sempre poupavam 7 linhas e escusavam de me cobrar o "verbetes e processo"!!!

Para ajudar à festa o meu tlm que tem uma assinatura que me bloqueia as chamaditas num valor predefinido e hoje são 31, tinha 12 cêntimos, um minuto e meio de conversação ou um sms, como não chega nem para dizer olá enviei um sms, mas foi bem enviado! Fiquei portanto com 2 cêntimos no tlm!

Após olhar para o meu frigorífico, concluo que, não sobrevivo o dia de amanha a comer apenas gomas e a beber cerveja!

Mãe se estás a ler isto é só para te dizer que amanhã vou aí almoçar!

Quanto ao jantar logo descobrirei um cantinho que me dê de comer!

Já passa da meia noite, o que quer dizer que o meu tlm já está vivo!

Já posso ligar a toda a gente e berrar a plenos pulmões: "A casa já é minha!"
Mas a quem é que eu vou ligar a esta hora sem receber uma resposta do tipo:
"Fixe para ti, mas deixa-me dormir $#%#$&$%&!" ????

Será que posso fazer compras em chamadas de tlm?

O que vale é que tenho ali ao lado uma dívida por cobrar!
À minha cama!
Já me deve largas horas só destes últimos 15 dias!
Qual cobrança difícil, qual quê!
Dali não saio até que me pague tudo o que me deve! E com juros!